Presença de Zema em Conquista destaca ausência de Jerônimo na sede do Executivo
A visita do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ao Paço Municipal de Vitória da Conquista, nesta quarta-feira (14), é mais do que um ato administrativo — é um gesto político carregado de simbolismo. Pela primeira vez, um governador em exercício adentra o coração institucional do município para dialogar com a prefeita e tratar diretamente de interesses comuns. Uma inversão de roteiro que merece destaque e reflexão.
Historicamente, Vitória da Conquista tem sido palco de encontros com governadores — mas quase sempre em moldes tradicionais: os chefes do Executivo estadual visitam a cidade, sim, mas os prefeitos é que se deslocam até eles. A recepção ocorre em eventos, obras ou reuniões externas. Raramente, ou nunca, dentro do gabinete da gestão municipal. Por isso, o gesto de Zema quebra um protocolo informal e inaugura um novo modelo de relação federativa, baseado na escuta e na presença.
Ao vir à Prefeitura e sentar-se com a prefeita Sheila Lemos para tratar da formalização de um protocolo de intenções sobre o atendimento de saúde aos mineiros do norte do estado, o governador mineiro reconhece, na prática, a importância estratégica de Conquista. Reconhece também a necessidade de diálogo horizontal entre entes federativos, especialmente em temas sensíveis como a saúde pública, em que os limites geográficos pouco dizem sobre as necessidades da população.
Neste contexto, a presença física de um governador não é apenas uma formalidade. Ela comunica disposição política, respeito institucional e atenção com os pleitos locais. E é nesse ponto que a ausência do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, se torna cada vez mais notada.
Embora tenha enviado secretários ao município em diversas ocasiões e mantenha uma agenda ativa na região sudoeste, a ausência pessoal de Jerônimo na sede do Executivo municipal é sentida. Não por questões protocolares, mas pelo que ela representa: a lacuna de um gesto simbólico que reafirme o compromisso do governo estadual com a terceira maior cidade da Bahia.
Vitória da Conquista, com sua robustez econômica, peso eleitoral e influência regional, merece — e precisa — ser tratada com atenção proporcional. As visitas de secretários e os investimentos realizados são importantes, mas não substituem o peso institucional de um governador sentado à mesa com a gestora da cidade.
O gesto de Zema lança luz sobre essa ausência e evidencia a diferença que faz o ato de estar presente. Que o exemplo do governador mineiro sirva de inspiração para que as relações entre os governos estadual e municipal se fortaleçam — com diálogo, escuta e, sobretudo, presença. Porque governar, afinal, também é estar.